Número reduzido de contaminação entre funcionários é resultado das ações tomadas para prevenção da doença por parte das concessionárias
O Consórcio BUS+, desde o início da pandemia do Coronavírus, registrou sete casos da Covid-19 entre os seus funcionários. O consórcio tem 1.390 colaboradores nas áreas administrativa, manutenção e limpeza, além de motoristas, fiscais e inspetores.
O levantamento foi realizado pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros da Região Metropolitana de Campinas (SetCamp) junto às concessionárias que integram o Consórcio BUS+. Além dos casos confirmados, foram registrados 15 eventos suspeitos mas não-confirmados. “E o melhor é que todos foram tratados e curados”, afirma Paulo Barddal, diretor de Comunicação do SetCamp.
Para o SetCamp, o número reduzido de infectados é resultante das diversas ações contra a propagação do coronavírus implantadas pelo BUS+. O consórcio é o responsável pela operação do transporte metropolitano nos 19 municípios da RMC.
Dos sete casos confirmados, quatro foram em colaboradores da garagem de Sumaré, dois deles na de Campinas e um em Valinhos. Desde que a pandemia começou e, conforme as orientações das autoridades de saúde, as medidas contra a propagação da Covid-19 foram tomadas. Funcionários com mais de 60 anos e pertences ao grupo de risco foram afastados, assim como dezenas estão desenvolvendo atividades no esquema de home office.
“Os motoristas, que têm maior contato com o público, estão se revezando em escalas de 15 dias”, informa. A medida foi tomada devido à necessidade de ajustar a oferta de serviços à atual demanda.
Com o fechamento do comércio, prestadores de serviços e a instituição do home office, a circulação de usuários nas cidades da RMC sofreu uma queda de até 80% nos períodos mais críticos de restrição. “E, como os funcionários estão trabalhando em escala de revezamento de 15 dias, não é possível sequer afirmar se a contaminação ocorreu dentro dos veículos ou foi em convívio social. Os quatro casos de Sumaré, por exemplo, aconteceram durante convívio familiar”, argumenta.
Para evitar a proliferação do coronovírus, as concessionárias realizam a medição da temperatura corporal dos trabalhadores antes de os mesmos iniciarem a jornada de trabalho. A operação é realizada diariamente e, caso a temperatura esteja acima de 37,7ºC, os funcionários são imediatamente encaminhados para o serviço de saúde mais próximo.
Além disso, foram tomadas diversas medidas desde o início da pandemia, como o afastamento dos funcionários com mais de 60 anos e pertencentes ao grupo de risco, assim como a intensificação da higienização dos veículos, colocação de cartazes informativos dentro das garagens e dos veículos, informações sobre as maneiras corretas de prevenção, e a distribuição de álcool em gel e de máscaras laváveis a todos os colaboradores.
Custo elevado e ações realizadas
Com a determinação do fechamento de escolas, creches, academias, estabelecimentos comerciais e de serviços, a média diária de passageiros pagantes transportados despencou de 125.199 para 53.181, em junho. A atual demanda é baixa, de apenas 42,4% do que era antes da pandemia. Mas, mesmo com a baixa demanda, o Consórcio BUS+ tem mantido uma oferta bem superior à atual necessidade dos usuários. Antes da pandemia, a frota operacional era de 352 ônibus e, agora, 202 veículos, ou seja, mais de 57% da frota continua nas ruas e, com isso, há uma defasagem grande entre a receita arrecadada com a venda de passagens e o custo do sistema.
As equipes que trabalham nas várias garagens do BUS+ fazem uma limpeza completa em todos os veículos e utilizam produtos químicos homologados pela Anvisa, como bactericidas e detergentes especiais que são passados nos bancos, balaústres, vidros e demais partes internas. “Já fazíamos o processo de limpeza diariamente. Mas foi determinado aos funcionários o aumento da concentração do germicida e dos demais produtos utilizados no dia a dia. Além disso, passamos a fazer uma higienização mais pesada nos ônibus e o nosso pessoal está se revezando em turnos durante o dia, noite e madrugada”, afirma Barddal.
Logo após os ônibus retornarem às garagens, as equipes fazem uma varrição nos veículos e, em seguida, aplicam produtos com bactericida e detergente nos pisos. Depois, os veículos passam por rolos de lavagem externa e, na sequência, os funcionários entram nos veículos com bactericida, desinfetante e limpador multiuso. Barddal lembra que o processo de higienização contribui para evitar a proliferação de bactérias e vírus, mas ressalta que cada pessoa deve seguir as recomendações das autoridades de saúde. “É preciso redobrar os cuidados com a sua higiene pessoal. Por isso, os especialistas recomendam que as pessoas lavem suas mãos com mais frequência e de forma mais detalhada e também utilizem o álcool gel 70% para desinfecção das mãos, além do uso de máscaras, entre outras medidas”, explica.